Diário de Bordo - 3° dia


"Além do horizonte existe um lugar..."
É o som que vem sala (Roberto Carlos 50 Anos).
Lá de fora vem o barulho da chuva caindo.
O ar está mais úmido e frio essa noite.
Levantei tarde outra vez.
Tomei café e comecei a ajudar na faxina da casa.
Tive um momento de muita irritação.
Minha mãe pediu para meu irmão ajudar na limpeza e minha tia, não concordando, disse:
- Ah, magiiina! Com três mulheres aqui não precisa ele ajudar!
E então meu irmão foi ao encontro do meu pai e meu avô. Ficaram os três no quintal, onde os homens ficam papeando enquanto as mulheres trabalham na casa.
Definitivamente, não nasci para uma vida assim. Terminei minha parte e fui caminhar.
Respiração ofegante em poucos segundos.
Fora de forma.
Durante o percurso pude fazer o que sempre tive vontade nas ruas de São Paulo: olhar nos olhos e cumprimentar todo e qualquer estranho que encontrasse.
Foi legal, mas aqui nenhum deles é um real estranho. É tudo parente. Eu não os conheço, mas eles me conhecem... "Lá vai a Paulistaninha, neta do Tio Tônho..."
Quando encontrei um bom lugar para sentar encerrei a caminhada.
Pico da serra.
Hora do almoço, mas parecia mais tarde.
Hoje não teve sol.
As nuvens dançavam rapidamente, preprarando caminho para a chuva noturna.
Escolhi um ponto bem alto para ficar.
Eu queria me sentir mais perto Dele. Conversamos depois de muito tempo e eu Lhe agradeci muito. Pedi-Lhe forças. e foi como com Belmont, senti suas carícias com o vento.
A tarde minha mãe me levou para conhecer o sítio que ela e meu pai querem comprar. Juro, durante todo o tempo me esforcei para demonstrar agrado pelo lugar, mas foi bem difícil.
Na volta passamos na casa de uma Tia-Avó. Eu não queria descer do carro, a chuva já por cair, eu cansada querendo banho... Mas desci. E quando a Tia-Avó me viu disse:
- Que bom que você veio! Gosto tanto de você! - e essa última frase foi dita durante um dos melhores abraços que já ganhei.
Já comentei aqui o quanto gosto de abraços? Abraços bem dados. Abraços Sinceros. Abraços que dispensam palavras!
Ela nos ofecereu bolo e café! Sim, café... E foi o café mais gostoso que já tomei!
Quando de volta na casa do meu avô (foto), fiquei um bom tempo no quarto, sozinha com meu pai, conversando. Até então tinhamos trocado três frases.
Foram mais de 30 minutos de conversa tranquila. Minha mãe já não se cabia em si de tanta curiosidade.
A noite terminou com todos na sala. Minha tia e eu tentando traduzir as frases indianas da novela.
Todos rindo bastante.
No coração até deu pra sentir um sopro de esperança.

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