Luke's


Últimas horas de um ciclo.
4 anos.
Muitas palavras ficaram rondando, frases querendo sair, mas...
"Coisas minhas... Talvez você nem queira ouvir..."
Eu poderia dizer tudo e mesmo assim não diria nada.
Explico melhor tal paradoxo brega: nada que eu diga conseguiria traduzir minha gratidão. Mesmo que eu fique horas agradecendo, ainda não me sentiria satisfeita.
Vivo dizendo que minha vida é um seriado.
Fiquei imaginando como seria a última cena desse capítulo...
Ela então disse: "Vou na padaria tomar café, quer ir?"
Não poderia ter pensado em melhor desfecho.

Nosso ritual de domingos matinais.

Algo calmo e tranquilo, simbolizando que o seriado não teve fim apenas mudou de temporada.


Uma cena

"- Há quanto tempo você está com o papai?
- 25 anos.
- Nossa, é uma vida!
- Sim, vivemos mais tempo juntos do que separados.
- Certa vez ele me contou que, ainda no tempo de namoro, quando ele saia do seu carro morria de saudade de você no trajeto que fazia do carro até à porta da casa.
- É... Quando ele saia do meu carro eu ficava louca de saudade. Minha vontade era sair correndo e pular nos braços dele!
- E por que você não fazia isso?
- Porque eu pensava demais.
- Pensava demais?
- É.. Pensava demais. Anote essa: não pense demais!
- Anotado!"

O Avesso dos Ponteiros




"Sempre chega a hora de arrumar o armário..."

Shakespeare



"Aprendi que falar pode aliviar dores emocionais"

À moda antiga


Da missa nem a metade.
Eu senti que iria te conhecer.
Eu disse brincando pra alguém que me cobrava nova paixão: - Virá da nova escola!
E lá veio você... Pele morena por mim tão admirada. Óculos de armação grossa, que usa por necessidade. Cabelos encaracolados e longos. Blusa laranja e calça jeans incomum de seu vestuário. Perfume de shampoo. Voz e olhar marcantes.
Puxou uma cadeira, sentou ao lado, papo vai papo vem... Mais eu gostava da voz, do jeito de falar, dos grandes olhos que agora eu via de perto, da boca carnuda, do jeito tímido se soltando em soquinhos de palavras.
Assim que ouvi o nome pensei: a companheira de sala de minha prima. Aquela que ela disse que eu ia gostar. Minha parenta sabe mesmo de meus gostos.



11/11/2009
Recém chegada de outra noite de cerveja com você. Sai leve dessa vez... Sem ficar me perguntando as milhões de coisas que me pergunto assim que me despeço. Hoje te abracei forte, te abracei forte mesmo. Estava dizendo o quanto te quero bem.

12/11/2009
Quão forte foi a surpresa quando te vi chegando de cabelo novo! Mais forte ainda foi quando você disse: “Falei com você, falei com a minha mãe... E cortei”
O corte lhe fez bem. Sorriso constante no rosto. Leveza. Acho que estamos perdendo o olhar tenso e isso é bom.
Quase me entreguei ao medo outra vez. Eu fico esperando iniciativas de sua parte e elas não vêm da maneira que espero, mas de alguma forma vêm.

13/11/2009
Sexta-feira treze, sozinha no apartamento treze!
Pensar em você é algo já por mim não controlado. Para reforçar busco o Zé. Impressiona-me como Garoto de Aluguel te traz pra perto. Um clima se instaura. Esses violões, a rebeldia da voz e letra... Liberdade e frieza. Por que isso me remete a você?
No fim de tarde senti vontade de trazê-la a Saturno... Pra bater papo, como fizemos tanto essa semana... Ir trabalhar junto no outro dia... Devaneios. Fiquei na vontade.


15/11/2009
Dia de Proclamação e beijo no nariz.
Sem saber direito de onde veio a coragem, ontem, brinquei bastante com você.
Acordei e permaneci deitada 45 minutos, repassando suas palavras, suas faces, seus beijos. Seu beijos... Há quanto tempo eu não vivia um beijo tão gostoso?! Beijo é sempre beijo. Mas beijo com desejo de beijo é O beijo.
Outro lado de você: moleca, brincalhona, docemente tímida.
Consegui ver uma pessoa que eu sabia que existia muito antes de conhecê-la.
Sempre caio no mesmo pecado: idealização. Com você parece que faço o caminho inverso. Tomei contato imediato com uma porção de diferenças que nos afastariam passado o cabresto idealizador... O pior já foi, sinto.


16/11/2009
“Sou animal sentimental, me apego facilmente ao que desperta o meu desejo”
cantou Renato.

Fico com raiva de mim por não conseguir puxar o freio dos pensamentos. Que diacho!
Hoje tive vontade de falar de você para minha mãe. Diabos de paixonite avassaladora! Te laça, feito cobra grande, vai se enrolando e envolvendo o corpo, aperta, aperta, sufoca até não ter mais vermelho circulando e finda a respiração.
Outro dia você disse que não sabe se terei paciência para esperar... Talvez se eu soubesse pelo o que estou esperando...

17/11/2009
“E ai...?” dito duas vezes deve ser interpretado como?
O que se faz com essa mania humana de esconder os sentimentos?
Por que não consigo satisfazer essa vontade de te convidar pra fazer qualquer coisa hoje a noite? É simples, no máximo ganharei um não... Mas fico aqui me perguntando se isso não irá te invadir, se isso não irá te pressionar... Deus!
“Alguma coisa no ficar com você me incomoda, não me sinto a vontade”
frase martelante que poda.

18/11/2009
“Outra coisa que eu queria te falar...”
Eu também tenho algo a dizer. Eu sei o que eu quero e eu quero você. Porém, o tempo que você pode demorar pra se entender pode ser o tempo que eu precise para não te querer mais.


01/12/2009
“Conte pras amigas que tudo foi mal”

Quanto dias sem escrever!
Des-encanto é a palavra.
Des ejo é outra palavra forte que ainda existe.
Noutro dia listei algumas vontades:

Passear de carrro cantando/gritando musicas significativas
Conhecer os seus
Apresentar os meus
Papear sobre a família/trabalho/qualquer coisa
Trocar sms
Beber cair e levantar
Filosofar
Fundar um partido político (por que não?!)
Dividir os traumas
Somar as conquistas
Trocar figurinhas
Rir...

Resumo: queria uma companheira e embora eu torça contra minha intuição, ela me diz que não será você...