Vida Humana Desumana


Há tempos penso na vida. Não só na minha mas na vida de todos. Penso na sociedade, em como ela está organizada e nos princípios que estão em exercício hoje. Consigo identificar apenas três, oriundos de três classes sociais distintas:
Na classe A o princípio que impera é o do LUCRO, que visa o acúmulo de riquezas e poder. Estes, são adquiridos de maneira eficaz, às custas da exploração das outras duas classes.
Na classe B o princípio vigente é o de ASCENSÃO SOCIAL. Na busca desse objetivo carrega-se um desejo e um medo: chegar à 1ª classe e regredir à última, respectivamente.
Na classe C o princípio primordial se iguala a uma necessidade instintiva: a SOBREVIVÊNCIA. A luta é longa, dura e pouco recompensadora. Como no feudalismo, o trabalhador produz para um senhor, o Capitalista que lhe deu o emprego. Para si sobra apenas o sustento necessário, muitas vezes nem isso.
Lucro, Ascensão Social e Sobrevivência. Será que não há algo errado? O que houve com a igualdade, fraternidade e liberdade, os três princípios (ideológicamente) divulgados na bandeira capitalista?
Nossa saúde e educação estão sucateadas. A violência foi incorporada, banalizada. A solidariedade é rara e a preocupação com o próximo é inexistente. Será que a esperança, que é sempre a última que morre, vai sobreviver a tudo isso?

Estranho Ser Humano Estranho

Já passei por várias fases ruins e às vezes tenho a ilusão de que sai ilesa. Não consigo me lembrar de momentos em que chorei. Chorar de se acabar. Acabar-se de chorar. Evito pensar nas minhas dores para não sentí-las. É um fingir e não um "tocando em frente". No entanto, as dores não somem e, quando me assaltam eu entro em tranze.
Tenho feito muitas coisas de que gosto e realizado antigos desejos: brincar com criança, navegar na internet, passar um dia inteiro vendo seriado, viagens... Mas nada supre o vazio deixado pelas mágoas. A força que me puxa pra baixo é maior. Será que isso passa ou "a vida é assim mesmo" ?
Não sou uma pessoa que desabafa, eu abafo.
Shakespeare disse que falar pode curar dores emocionais.
Será?