Mal necessário


E foi assim: depois muito tempo enrolar, de supetão eu decidi: “Marque para sábado, eu irei.”

No dia e horário combinados lá estava eu esperando por ele. Que alegria é quando nos encontramos. Abraço forte, desses de estralar as costas. Um comentário sobre a barba, sobre o seu perfume e de mãos dadas logo ficamos.

O caminho a ser percorrido nos levaria até sua família. Um jantar fora organizado para me receber. Quanta responsabilidade!

Nem bem entrei e já percebi a organização da família: as três mulheres da casa: avó, mãe e irmã na cozinha, terminando a boa comida. Pai e irmão mais novo sentados no sofá da sala, vendo TV.

Fui muito bem recebida e fiquei completamente envolvida naquele clima ‘família analisando a nova namorada’.

Terminado o jantar ele recebeu a permissão para dirigir o carro do pai, pela primeira vez. “Não vamos deixá-la voltar sozinha!”

Um misto de sensações me embriagaram durante a volta. Culpa, por mentir. Frustração, por não ser verdade. Desejo, de que um dia essas mentiras não sejam mais necessárias.

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