Páscoa


Feriado cristão se aproximando e a dúvida de sempre aparece: ir ou não ir para o almoço de família?
Durante o caminho a preparação psicológica se inicia: "Vai ser rápido" ... "É só não se apronfundar em conversa nenhuma e ficará tudo bem"... Relações e contatos completamente superficiais. Um jogo teatral onde todos os personagens se esforçam para esconder seus problemas em nome do Oscar (entenda-se por Oscar: direito de falar mal do outro).
Sim, sempre vou com o escudo à frente.
No entanto, hoje a Matriarca Maior me desarmou. Cresci ouvindo dos meus amigos: “Como sua avó é nova” ... “Que vovó forte você tem!” ... Hoje ela estava em câmera lenta. Andando devagar. Nos olhando devagar. Falando devagar... Passei a tarde observando e tentando tomar coragem para lhe abraçar apertado, dizer que ela é uma mulher de muita fibra por ter criado 9 filhos sem ajuda alguma... Mas minha camisa de força invisível à prova de afetos familiares não deixou.
No momento em que ela veio entregar a balinha de todos os anos (que ela entrega no final da tarde, mesmo sabendo que todos o netos já não conseguem mais andar de tanto comer), olhei bem nos seus olhos e agradeci. Para ela o agradecimento foi pela balinha, mas eu estava agradecendo por tudo.

0 comentários: